Após um ano, serviço municipal de ambulância continua crítico(Veja Video)
Um ano depois de ser informada da situação dramática pela qual passa a dona de casa Neli Shirley Marques Rodrigues, a Prefeitura de Araçatuba nada fez para melhorar o serviço de ambulância do qual a família depende para fazer tratamento e consultas médicas.
Após ter tomado conhecimento das inúmeras dificuldades da dona de casa em cuidar do filho Higor Rodrigues de Araújo, do irmão Ezequiel Marques Rodrigues e da mãe Leonilda Pedon Marques, que enfrentam graves problemas de saúde, o vereador Joel de Melo Platibanda acionou a Secretaria de Ação Social, por meio de ofício, pedindo providências.
No entanto, a resposta se limitou à assinatura de um funcionário do órgão, que deu "ciência" após receber o documento. Neli recebeu a equipe da TV Câmara em casa e lamentou o descaso da administração com sua família.
"Depois que o ofício foi enviado, apenas uma funcionária da Ação Social veio em casa, conheceu a situação e disse que tomaria providências. Mas nada foi feito, infelizmente", informou.
Ela afirmou ainda que recentemente soube de um serviço de atendimento de saúde municipal multidisciplinar que dá expediente na casa das pessoas, em especial para aquelas que têm dificuldades de locomoção.
"Seria ótimo se pudesse contar com esse benefício, entretanto liguei mais de uma vez para a Unidade Básica de Saúde do São José e Ezequiel Barbosa e ninguém soube me dar informações sobre a existência desse serviço nessa região", lamentou.
Relembre o caso
O drama vivido pela família da dona de casa Neli Shirley Marques Rodrigues é comovente. Viúva, ela está impossibilitada de trabalhar para cuidar da família.
Há dois anos, os quatro moram em uma casa alugada, no Conjunto Habitacional Ezequiel Barbosa, que deverá ser desocupada até o final do ano, a pedido da proprietária.
Com uma renda mensal de aproximadamente R$ 800, decorrente da aposentadoria da mãe e da pensão pela morte do marido, dona Neli passa por dificuldades para custear as despesas da casa e o tratamento dos familiares.
Sem veículo próprio, a família depende do serviço municipal de ambulância para passar por uma consulta médica ou em situações de urgência e emergência. Mas, nem sempre o serviço está disponível.
O garoto Higor tem 12 anos e sofre de uma doença progressiva chamada Distrofia Muscular de Duchenne. A doença de caráter hereditário, que afeta os músculos causando fraqueza, já colocou o menino em uma cadeira de rodas.
Para melhorar sua qualidade de vida, Higor depende da hidroterapia, atividade física que está há quatro meses sem realizar devido à dificuldade de transporte. "Cheguei a pagar R$ 100 mensais para uma pessoa levá-lo à UNA (Universidade Aberta da Melhor Idade) e à Aadefa (Associação de Atendimento aos Deficientes Físicos de Araçatuba), mas o dinheiro começou a fazer falta", explica dona Neli.
O irmão da dona de casa também precisa de cuidados especiais. Ezequiel, de 43 anos, tem constantes crises psíquicas em decorrência de uma doença mental denominada esquizofrenia paranoica.
Se não bastassem os problemas de saúde enfrentados pelo filho e pelo irmão da dona de casa, sua mãe, que tem 72 anos, sofreu uma queda e está acamada desde então.
"Enquanto o serviço público não oferece condições de me atender, recorro ao Platibanda que coloca a ambulância dele à disposição da minha família para quaisquer situações", explicou.