Asfalto precário no Taane Andraus põe vida de cadeirante em risco
Buracos, entulho de construção civil e lixo doméstico exposto a céu aberto. Estes são os obstáculos recorrentes situados em quase toda a extensão da estreita Rua Pacaembu, localizada no bairro Taane Andraus, em Araçatuba.
Desafios que transformam um simples ato de circular na via numa verdadeira façanha para pedestres e condutores, que trafegam nos dois sentidos, o que aumenta a iminência de acidentes no local.
Nilson Neves, 30 anos, mora desde os cinco na mesma casa, localizada no número 23 desta rua. A convite dele, o vereador Joel de Melo Platibanda (PMN) esteve no local e constatou a deterioração da via.
Vítima da violência no município, ocasião em que foi ferido durante um assalto com um tiro nas costas, deixando-o paraplégico desde 2006, em cima de uma cadeira de rodas, Nilson foi obrigado a desenvolver várias habilidades de equilibrista para aprender a driblar diariamente os buracos e escapar de outras armadilhas colocadas bem no meio da via.
Num trecho de aproximadamente cem metros, compreendido entre a casa de Nilson e o centro comunitário do bairro, localizado na Rua Luís Pinto Chaves - onde recebe orientação médica e receita para aquisição de medicamentos - ele empina sua cadeira para desviar do perigo das pedras soltas sobre o pouco asfalto que ainda resta na via, que se torna ainda mais perigosa com o fluxo intenso de veículos ao longo do dia.
"Como cadeirante, circular por estas duas ruas exige um sacrifício muito grande e a situação fica ainda pior quando chove, pois a rua fica escorregadia e as quedas se tornam inevitáveis", explicou.
Além de se arriscar constantemente trafegando pelas ruas, Nilson diz sentir fortes dores com a trepidação causada pelo asfalto irregular, afetando principalmente as costas, onde foi ferido com o disparo, e a região torácica.
"Se não bastasse isso, as duas cadeiras de rodas que tenho estão com a estrutura comprometida devido aos buracos e às manobras que sou obrigado a fazer para chegar a locais que não têm acesso especial a deficientes físicos, como é o caso do centro comunitário que freqüento, sempre preciso da ajuda de enfermeiras, médicos ou algum voluntário", afirmou.
Para o cadeirante, o município apresenta muitas falhas quando o assunto é políticas de acessibilidade para deficientes físicos. "Isso pode ser comprovado no Terminal Rodoviário e no Camelódromo, especialmente no banheiro. Eu mesmo já precisei usá-lo, mas não havia espaço e nem instalação específica para eu entrar com a cadeira", protestou.
Platibanda se comoveu com a dificuldade relatada pelo rapaz e prometeu cobrar providências do prefeito Cido Sério (PT) para solucionar o problema do asfalto das vias de circulação do Taane Andraus, bem como da falta de acessibilidade do terminal urbano e do camelódromo.