Requerimento do vereador Edval Antônio dos Santos (PP) gerou discussão sobre a aplicação dos recursos na educação municipal. O documento aprovado pelos parlamentares indaga a administração municipal sobre os percentuais gastos com os motoristas lotados na Secretaria Municipal de Educação e se há plano para conceder reajuste salarial para a categoria. Um grupo de trabalhadores acompanhou a leitura do requerimento das galerias do plenário e trouxe um abaixo-assinado que reivindica melhores condições salariais.  

O vereador Edval disse que tomou a iniciativa de apresentar o documento porque está preocupado com a situação dos 28 servidores efetivos que desempenham a função e aos quais foi prometido melhora salarial. Ele destacou que a Lei 010/1994 criou uma gratificação de 50% para os motoristas por causa das duras condições de trabalho a que são submetidos diariamente, mas um decreto datado do mesmo ano determinou apenas o pagamento de 20% de gratificação à categoria. "O trabalho deles é duro e de muita responsabilidade porque lidam com a vida humana. Viajam muitas vezes mais de 200 km por dia, de madrugada, em terrenos difíceis e ainda têm de apartar brigas de crianças", informou Edval.  

Para o vereador Joel Platibanda (PMN), o aumento para os motoristas não foi concedido porque a administração está ainda está estudando o que fazer nesse como em outros casos.  "Promessa é dívida e dívida tem que ser paga. A secretaria tem dinheiro para isso", afirmou.  

A vereadora Tieza (PSDB) cumprimentou os motoristas pela coragem em levantar a bandeira por melhores condições de trabalho "A reivindicação é justa. Já houve reestruturação e plano de carreira para alguns funcionários da Secretaria de Educação e por que não para outros?", indagou a parlamentar que teme qualquer tipo de perseguição contra os trabalhadores.  

Para o vereador Cláudio Henrique da Silva (PMN), que já esteve à frente da educação municipal, é possível usar os recursos da pasta para conceder a gratificação tanto com as verbas destinadas à educação quanto com as da Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental).  

Cláudio disse que já fez reunião com o prefeito Cido Sério (PT) para tratar do assunto e sugeriu a organização de outra."Eu estive à frente da secretaria e sei muito bem o estresse a que esses funcionários são submetidos", destacou. O líder do prefeito na Câmara, vereador Joaquim da Santa Casa (PDT), também usou a palavra e negou qualquer tipo de represália por parte administração para com os funcionários. "Quando há reivindicação não há perseguição, assim como aconteceu com a Guarda Municipal e com os agentes de serviços gerais. Se há compromisso e a lei permite o pedido será atendido", prometeu.  

As vereadoras Durvalina Garcia (PT) e Edna Flor (PPS) também apoiaram a iniciativa e consideraram justas as reivindicações dos trabalhadores. "Eu entendo que a educação é um todo e não pode ser considerada de excelência quando alguns funcionários da secretaria não são valorizados", finalizou Edna Flor.