Encontro discute violência doméstica e abuso sexual contra menores
O próximo dia 18 de maio vai marcar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Segundo dados da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Araçatuba, 100% dos casos de exploração sexual são praticados por homens e quase todos conhecem suas vítimas. No que diz respeito a maus tratos, 70% são feitos pelos pais.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (dia 16/05), em evento realizado no auditório da Unitoledo, na presença palestrantes e autoridades, entre elas o presidente da Câmara, Antônio Edwaldo Dunga Costa, e a vereadora Marly Garcia. Na abertura do encontro, alunos da Emef José Machado Neto, fizeram a apresentação do Hino de Araçatuba, e na seqüência, os da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), apresentaram dois números musicais.
De 1997 para cá, o município de Araçatuba já registrou 97 casos envolvendo menores em violência doméstica e abuso sexual. "O problema está bem mais presente no nosso cotidiano do que imaginamos", afirma o juiz da vara da Infância e Juventude, Emérson Sumariva Júnior. Ele lembra que alguns programas, como o Sentinela por exemplo, foram criados para ajudar nessa problemática, mas não são suficientes.
"O que nos choca é saber que na maioria dos casos, a violência é praticada dentro da própria família", diz. Quando isso ocorre e a Polícia é acionada, as vítimas são encaminhadas pela Justiça à entidades como a Casa Abrigo, e ali permanecem por tempo indeterminado. "Enquanto o processo estiver em andamento, elas ficam nesse abrigo para ter proteção", informa o juiz.
Para a delegada da mulher Ana Lúcia, a sociedade é hipócrita porque fecha os olhos para a questão. "As pessoas se preocupam apenas quando o problema bate à sua porta. Recebemos muitas reclamações de prostituição infantil em bairros nobres da cidade, mas não é porque os denunciantes estão preocupadas com a situação, e sim porque querem tirar esses menores que estão se prostituindo da frente dos portões de suas casas", revela.
Existem várias formas de se praticar abuso sexual contra uma criança ou adolescente. Por exemplo: telefonemas obscenos, exibicionismo, sadismo, estupro, atentado violento ao pudor, incesto, assédio sexual, invasão de privacidade, pedofilia, sedução, etc. Todas essas situações podem ser denunciadas através do telefone disque-denúncia nº 100.
Criado em 2000, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, expõe à mídia a dura existência desta problemática, e tem o objetivo de mobilizar a sociedade para o seu enfrentamento.
Para o presidente da Câmara, somente ações conjuntas e interdisciplinares entre a sociedade civil e governo, devem reverter este triste cenário de violência e exploração no país.