Prorrogação de prazo para fechar HM deixa comissão indignada
O anúncio oficial do prefeito de Araçatuba, em exercício, Carlos Hernandes (PMDB), de prorrogar por mais 30 dias o encerramento das atividades do Hospital da Mulher (HM) João Luís de Jesus Rosseto no município deixou indignados os integrantes da Comissão Técnica Permanente de Saúde da Câmara de Vereadores.
A exclusão da participação do Legislativo para a tomada de decisão da Prefeitura e o tempo considerado curto para prorrogar as atividades do HM foram alguns dos motivos apontados pelo presidente da Comissão, vereador Rivael Papinha (PSB), para justificar a irritação do grupo.
O plano original anunciado pelo prefeito eleito Cido Sério, licenciado do cargo desde a última segunda-feira (14), por motivos de saúde, era que as atividades seriam interrompidas a partir de 1º de janeiro de 2016, sob a alegação de dificuldades no orçamento para manter o atendimento no local.
Durante uma reunião realizada hoje (16), pela manhã, na sede do Legislativo, o presidente da comissão, vereador Rivael Papinha (PSB), repudiou a decisão do chefe interino do Poder Executivo de prolongar o prazo sem chamar o setores envolvidos para uma conversa prévia.
“O prefeito em exercício, Carlos Hernandes, tomou essa atitude sem consultar a Câmara, o Conselho Municipal de Saúde, os funcionários do Hospital da Mulher. É um ato que o prefeito assume sem abrir diálogo, ouvir as pessoas”, afirmou o vereador Rivael Papinha. Na opinião de Papinha, antes de convocar a imprensa para comunicar a decisão, Hernandes deveria consultar todas as partes envolvidas, o que, segundo o vereador, não teria ocorrido. “Faltou respeito à Câmara, que representa a sociedade”, completou Rivael Papinha.
Para ele, a prorrogação do prazo por mais um mês não resolverá o problema. “Ao contrário, prolongará o sofrimento das gestantes e das mulheres que precisam deste hospital. Nossa ideia é ampliar o prazo por até um ano, sem interromper as atividades, enquanto são discutidas as alternativas para evitar o fechamento em definitivo da unidade”, completou.
Os vereadores Gilberto Batata Mantovani (PR), Dr. Jaime (PTB) – que também integram a comissão –, Rosaldo de Oliveira (PROS), Carlinhos Santana (PDT), Cido Saraiva (PMDB) e as vereadoras Edna Flor (PPS), Tieza (PSDB) e Beatriz (REDE) também estiveram presentes no encontro.
Participaram da mesma reunião representantes da Secretaria de Saúde, do Conselho Municipal de Saúde, da OAB de Araçatuba e da Organização Social de Saúde Associação das senhoras Cristãs, responsável pela gestão dos contratos de funcionários terceirizados que atuam no hospital.
ENCAMINHAMENTOS
Após ouvir as sugestões apresentadas pelos parlamentares, o presidente da Comissão de Saúde da Câmara afirmou que quer se reunir o mais breve possível com o prefeito interino para discutir alternativas a fim de evitar o fechamento do Hospital da Mulher.
“Se não houver um entendimento com o chefe do Poder Executivo, nós vamos mobilizar a sociedade para participar de um ato público em frente à Prefeitura e ao Hospital da Mulher com o objetivo de sensibilizar todas as pessoas para aderir ao não fechamento da unidade de saúde”, anunciou Papinha.
Ele afirmou ainda que pretende incluir a Câmara na ação civil pública ingressada pelo Ministério Público na Justiça contra a Prefeitura pedindo o não fechamento do hospital. A solicitação foi aceita pelo Juizado, que está analisando a defesa da administração municipal para emitir a decisão sobre o caso.