Desde que as sacolas de plástico invadiram o mercado, o meio ambiente pede socorro. Afinal, elas demoram centenas de anos para desaparecer. Eliminá-las tem sido o desafio deste século. Vários países e municípios brasileiros já se mobilizam na adoção de embalagens ecologicamente corretas. O vereador Arlindo Araújo (PPS) aderiu à causa. Ele é autor de um projeto de lei que proíbe o uso de sacolas plásticas no comércio de Araçatuba. A proposta tramita na Câmara.

Os estabelecimentos terão um ano para abolir o uso de sacolas de plástico convencional, biodegradável e oxi-biodegradável. Quem desrespeitar a norma será multado em um salário mínimo. Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro. "Desde que as sacolas de papel foram trocadas pelas plásticas, o custo empresarial diminuiu, mas o ambiental aumentou", justifica o parlamentar. A medida tem o apoio da população.

"Será ótimo acabar com as sacolinhas plásticas. O meio ambiente vai agradecer muito", acredita a funcionária pública Maria Luiza Salles Brambilla. "Eu acho uma boa ideia, porque essa sacola demora muito tempo para se decompor", opina o vendedor Amâncio Petenati.

A Apas (Associação Paulista de Supermercados) também incentiva a substituição das sacolas de plástico por embalagens mais duráveis. "Não temos como escapar da eliminação das sacolas plásticas. Esse processo deve, inclusive, ser acelerado, para se evitar tantas tragédias", afirma o diretor regional da Apas, Carlos Fernando Felipe. Um projeto piloto, implantado pela associação na cidade de Jundiaí em agosto de 2010, tem resultado numa economia de 80 toneladas de sacolas de plástico por mês. "Conseguimos criar um movimento de conscientização do consumidor junto a associações representativas de classe, o que explica o sucesso da iniciativa", avalia o empresário.

As mudanças de atitude do consumidor já são perceptíveis. Aos poucos, as sacolas retornáveis e as caixas de papelão passam a armazenar as compras. "É muito mais prático. Não acumula sacolas em casa", disse a dona de casa Dionéia Cristina Ferreira de Oliveira. "O caminho certo é você trazer a sacola para fazer suas compras", completa o empresário Waldecir Sabioni.

Essa é a tendência, considera o engenheiro agrônomo e auditor ambiental Carlos Arantes. "O plástico tem uma vida útil entre 200 e 500 anos, causando sérios problemas ambientais. Ele sobrecarrega os aterros sanitários, entope vias hidráulicas, esgoto, serve como alimento para animais. Causa uma infinidade de prejuízos", atesta o especialista. "A melhor alternativa é a sacola retornável, que nossas avós utilizavam", completa.

O projeto de lei, do vereador Arlindo Araújo, foi lido em plenário e considerado objeto de deliberação na primeira sessão ordinária após o recesso parlamentar, realizada nesta segunda-feira (07/02).