Quem depende do transporte coletivo como a única forma de locomoção em Araçatuba enfrenta muitas dificuldades. De cada dez pontos instalados na cidade, tanto na região central quanto na periferia, pelo menos nove não apresentam estrutura adequada. Faltam coberturas e bancos para acomodar os passageiros enquanto aguardam a chegada dos ônibus.
 
 "Faça sol ou faça chuva sou obrigada a aguardar. Geralmente eu fico esperando dentro de um comércio próximo ao ponto e quando o ônibus chega abro o guarda-chuva e saio correndo", conta a cabeleireira Joanita Pereira Duarte, moradora no bairro Água Branca I.
 
 Ela critica a falta de estrutura nos pontos. "É uma falta de respeito com os usuários, principalmente aqueles que, como eu, dependem diariamente deste tipo de transporte para ir trabalhar. O valor que pagamos nas tarifas deveria ser revertido em benefícios", diz.
 
 Mas esse não é o único problema, segundo o aposentado Joaquim de Almeida, de 77 anos, que mora no bairro Concórdia. Toda vez que vem ao centro para receber a aposentadoria os ônibus atrasam. "Já cheguei a esperar até uma hora para sair do meu bairro. Pior que esperar é não tem onde se sentar", reclama. O aposentado sofre de reumatismo.
 
 Em horários de pico, os usuários precisam estar sempre atentos. No ponto instalado em frente à praça Rui Barbosa, os veículos chegam quase que simultaneamente. É um corre-corre para o passageiro identificar a linha a tomar. "Já cheguei a perder o coletivo porque não consegui ler a minha linha. E os motoristas não esperam os idosos de jeito nenhum", diz a aposentada Aparecida Silva, de 80 anos.

 As reclamações envolvendo os serviços oferecidos pela empresa de TUA (Transportes Urbanos Araçatuba) não param, inclusive com manifestações publicadas em jornais locais. Em fevereiro deste ano, a Câmara Municipal realizou uma reunião com representantes de vários segmentos da sociedade para discutir a questão.

 Recentemente, a vereadora Edna Flor (PPS) apresentou um novo requerimento questionando da Prefeitura qual a periodicidade da fiscalização dos serviços prestados pela TUA, de que forma é avaliada a satisfação dos usuários e se está prevista a criação do Conselho de Usuários do Transporte de Passageiros do Município.

 Além da falta de cobertura nos pontos, questões como segurança e acessibilidade são as que mais geram queixas da comunidade. "São ônibus que apresentam falhas mecânicas e elétricas, provocadas pelo desgaste do tempo de uso do veículo", finaliza a parlamentar.