Feridas que demoravam meses ou mesmo anos para cicatrizar estão desaparecendo em até 40 dias. O resultado vem sendo obtido com a utilização de novos produtos curativos no tratamento de feridas crônicas, queimaduras e úlceras pelas equipes do PSF (Programa Saúde da Família), administrado pela Avape (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais) desde maio último. O procedimento foi apresentado ao vereador Joaquim da Santa Casa (PDT), na manhã desta quinta-feira, 12/11.

Vítima de queimaduras nos braços, pernas, abdome e quadril, provocadas por água fervente, o pecuarista Odair de Souza, morador do bairro Juçara, levaria no mínimo quatro meses para se recuperar pelo método convencional. Com o novo tratamento, porém, bastaram 29 dias. Hoje, algumas marcas relembram o acidente, ocorrido no dia 02 de outubro último. "Estou me sentindo muito bem. Antes, doía muito. Hoje, não restaram nem cicatrizes", comemora o pecuarista.

A rápida cicatrização se deve à substituição do iodo e da pomada Colagenase, até então usados pela rede pública municipal de saúde, por clorexidina e curativos industrializados à base de AGE (ácidos graxos essenciais), alginato de cálcio, carvão ativado e malha de acetato. "São produtos que aumentam a cicatrização, retiram tecidos de necrose e fibrina, eliminam odores e secreções. Ao contrário, o iodo queima a pele e a Colagenase contém substâncias antibióticas que provocam a resistência do organismo", explica a coordenadora de enfermagem da Avape, Lya Feitosa.

Os produtos usados variam conforme o estágio e o tipo de ferida. "A avaliação é clínica e diária, assim como os curativos, feitos geralmente na residência dos pacientes. O risco de infecção também é menor, porque os produtos são individualizados", diz Lya.

O aposentado Antônio Bonfim Neto, morador do bairro Ezequiel Barbosa, também foi submetido ao novo tratamento. Diabético, ele teve o pé direito amputado há dois anos. Desde então, sofria com ferimentos na perna, que cicatrizaram em 40 dias com o uso dos curativos industrializados. "As pessoas diziam que eu cheirava mal. Até tapavam o nariz ao passar perto de mim. Hoje, estou ótimo. Minha pele está limpa e clara", emociona-se o aposentado ao comentar sua recuperação.

Há 38 dias em tratamento, a cozinheira Maria Miquelina Pereira de Jesus também está agradecida. "Desde que caí e quebrei o pé, vivo um tormento. Agora, só penso em sarar, andar e continuar fazendo o que eu fazia", afirma.

Os resultados surpreenderam o vereador Joaquim da Santa Casa. "Quando há sucesso, não há preço. Os curativos industrializados são mais caros, porém os resultados obtidos são bem melhores. A relação custo-benefício vale a pena", avaliou o parlamentar. "O índice de satisfação é de 80%. Por isso, nossa intenção é continuar com o novo tratamento, propiciando melhor qualidade de vida para a população de Araçatuba", completou Lya.