Mais uma vez, os amantes da tradição caipira da região se reuniram para a  realização da Queima do Alho. O evento aconteceu no último final de semana, no recinto Clibas de Almeida Prado, em Araçatuba. 

 
A festa é  tipicamente rural e o objetivo é resgatar os costumes dos tropeiros, fazendo a comida típica das viagens dos peões de boiadeiro. O cardápio composto de arroz carreteiro, feijão gordo, paçoca de carne e churrasco é feito em fogão improvisado, bem próximo ao chão, chamado de trempe.

Ganha a competição a comitiva que realizar a comida mais gostosa dentro de espaço de tempo determinado. Mas ainda há outros itens analisados pelos juízes, como a organização do espaço de cada comitiva, as tralhas usadas e o modo como elas são transportadas nos cargueiros para escolher a comitiva campeã.

 
Armando Garcia, do "Clube Os Independentes", da cidade de Barretos, um dos juízes do evento, disse que os competidores da Queima do Alho de Araçatuba não devem nada para os de outras cidades tradicionais, como os de Barretos. "Muito pelo contrário. Em alguns quesitos há comitivas daqui que superam as de lá.", afirmou.

Mas na Queima do Alho não é só a comida que lembra as velhas tradições dos peões que viajavam pelo mundo afora. A moda de viola, as roupas típicas e principalmente o toque do berrante ajudam no resgate de um tempo que não volta mais.

 
A organizadora do evento, Claudia Colli, explica que apesar de se tratar de uma disputa, não há rivalidade entre as comitivas, mas um clima de confraternização e amizade. "O verdadeiro prazer dessa gente que faz a festa  é perpetuar a memória e as tradições dos  que ajudaram a construir as  riquezas e a cara do  nosso interior", explicou.

  
Claudia  disse que mais  uma vez o evento foi um sucesso. "É por meio dessas iniciativas que se está construindo um espaço permanente, importante para a preservação de nossa história caipira, aqui mesmo no recinto Clibas de Almeida Prado", finalizou.